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sexta-feira, 29 de julho de 2011

Vivendo o Passado: A utilização de Jogos de Interpretação para compreensão de processos histórico.



JUSTIFICATIVA

Creio que, depois do Homo faber e talvez ao mesmo nível de Homo sapiens,
a expressão Homo ludens merece um lugar em nossa nomenclatura.
Johan Huizinga

Segundo Huizinga, o jogo está presente na cultura desde os primórdios da humanidade até o nosso tempo, e possuem a capacidade “de absorver o jogador de maneira intensa e total (2004, p.6 e p. 16).
Mas por que usar jogos em sala de aula?
Para responder esta questão Silvia Reis afirmou que:
“Eles levam o individuo a pensar ativa, crítica e autonomamente e a criar estratégias próprias. Também desenvolvem a flexibilidade do pensamento, levando à decentração e à coordenação de diferentes pontos de vista, pois, embora, na maioria das vezes, o jogador dependa apenas de si mesmo, suas ações serão pensadas e repensadas levando-se em conta o movimento do outro jogador (2006, p.77)”.
No caso dos Jogos de Interpretação como RPG (Role Player Game) e GURPS (Generic Universal RolePlaying System), os participantes são levados, através da imaginação, a viver situações-problemas e a buscar soluções, fazer escolhas e tomar atitudes para poder seguir em frente no jogo.
“(...) os jogos desenvolvem uma série de atitudes e habilidades, mostram que ganhar ou perder faz parte da vida, indicam a necessidade de seguir regras, permitem a aplicação prática imediata de determinado conhecimento, levam o jogador a desenvolver uma série de estratégias cada vez mais elaboradas, a planejar seus passos tentando antecipar os movimentos do adversário, a enfrentar novos desafios e problemas e a buscar soluções, atitude essa que, com certeza, será transportada para os outros aspectos de sua vida (2006, p.77)”.
Os jogos lúdico-pedagógicos serão direcionados a uma finalidade educativa específica e ao trabalho com determinado conteúdo, embora indiscutível a validade dos jogos para o aprendizado, ele deverá ser trabalhado tendo uma intenção pedagógica sem perder seu caráter lúdico.

OBJETIVOS
Compreender os processos históricos.
Desenvolver a pesquisa e a análise histórica.
Desenvolver o trabalho em grupo.
Conhecer e apropriar-se da História da humanidade.
Entender as relações de espaço-tempo da História.

ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS E RECURSOS DIDÁTICOS

O processo investigativo se deu através da pesquisa e analise, visando a compreensão dos contextos históricos que envolvem as tramas existentes dos Jogos de Interpreteção. Foi levado em consideração a bagagem de conhecimento trazida pelo aluno em articulação com a pesquisa e os resultados obtidos a partir da prática dos jogos.
Para teorização, pesquisa e prática serão utilizadas a biblioteca da escola e no laboratório de informática.

CONTEÚDOS

Apesar de muitos jogos possibilitarem a interdisciplinaridade, todo o trabalho será estruturado sobre conteúdo das Diretrizes Curriculares de História para a Educação Básica.

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Relações de trabalho
Relações de poder
Relações culturais

CONTEÚDOS BÁSICOS
A experiência humana no tempo.
Os sujeitos e suas relações com o outro no tempo.
As culturas locais e a cultura comum.

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
O LOCAL E O BRASIL
O jovem aluno e suas percepções do tempo histórico (temporalidades e periodizações): memórias e documentos familiares e locais;
o jovem e suas relações com a sociedade no tempo (família, amizade, lazer, esporte, escola, cidade, estado, país, mundo.

A RELAÇÃO COM O MUNDO
A formação do pensamento histórico;
os vestígios humanos: os documentos históricos;
o surgimento dos lugares de memórias: lembranças, mitos, museus, arquivos, monumentos espaços públicos, privados, sagrados;
as diversas temporalidades nas sociedades indígenas, agrárias e industriais;
as formas de periodização: por dinastias, por eras, por eventos significativos,etc.

O LOCAL E O BRASIL
Os povos indígenas e suas culturas na história do Paraná: xetás, kaigangs, xoklengs e tupi-guaranis;
colonizadores portugueses e suas culturas na Amé rica e no território paranaense;
os povos africanos e suas culturas no Brasil e no Paraná;
os imigrantes europeus e asiáticos e suas culturas no Brasil e no Paraná;
a condição das crianças, dos jovens, dos idosos na história do Brasil e do Paraná.

A RELAÇÃO COM O MUNDO
O surgimento da humanidade na África e a diversidade cultural na sua expansão: as teorias sobre seu aparecimento;
as sociedades comunitárias;
as sociedades matriarcais;
as sociedades patriarcais;
o significado das crianças, jovens e idosos nas sociedades históricas.

O LOCAL E O BRASIL
Os mitos, rituais, lendas dos povos indígenas paranaenses;
as manifestações populares no Paraná: a congada, o fandango, cantos, lendas, rituais e as festividades religiosas;
pinturas rupestres e sambaquis no Paraná;
a produção artística e científica paranaense;

A RELAÇÃO COM O MUNDO
Pensamento científico: a antiguidade grega e Europa moderna;
a formação da arte moderna;
as relações entre a cultura oral e a cultura escrita: a narrativa histórica.

CRITÉRIOS E INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO

Foi utilizado com critério de avaliação a compreensão de processos históricos e as relações de espaço-tempo da história o trabalho realizado em grupo e o cumprimento de regras.

REFERÊNCIAS

ANDRADE, F; PEREIRA, C. K; RICON, L. E. O desafio dos bandeirantes. Rio de Janeiro: GSA, 1992.
ARIÈS, P. História social da criança e da família. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara, 1986.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares nacionais: matemática. Brasília: MEC/SEF, 1997.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Pró­letramento: programa de formação continuada de professores dos anos/séries iniciais do ensino
fundamental: matemática. Brasília: MEC/SEB, 2007.
BROUGÈRE,G. Jogo e educação. Tradução de Patrícia Chittoni Ramos. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.
COOK, M; TWEET, J; WILLIANS, S. Dungeons & Dragons – livro do jogador. 3. ed. São Paulo: Devir, 2001.
_______________________________. Dungeons & Dragons – livro do mestre. 3. ed. São Paulo: Devir, 2001.
FAIRCHILD, T. M. O discurso de escolarização do RPG. 186f. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós­Graduação em Educação – Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, 2004.
FREITAS, L. E. R. O Role Playing Game e a Escola: Múltiplas linguagens e competências em jogo – um estudo de caso sobre a inserção dos jogos de RPG dentro do currículo escolar. 176 f. Dissertação de mestrado. Programa de Pós Graduação em Educação, Departamento de Educação do Centro de Teologia e Ciências Humanas, Pontifícia Universidade Católica/Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2006.
HUIZINGA, J. Homo Ludens: o jogo como elemento da cultura. São Paulo: Perspectiva, 1996.
REIS, Silvia Marina Guedes dos. A matemática no cotidiano infantil - São Paulo: Papirus, 2006.
JACKSON, S. GURPS módulo básico. 2. ed. São Paulo: Devir, 1994.
RICON, L. E. Mini­GURPS o descobrimento do Brasil. São Paulo: Devir, 1999.

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